13/10/2020

Invasões avançam, repercussão geral no STF se aproxima 502i1h

Supremo Tribunal Federal pode decidir sobre demarcações de Terras Indígenas este mês e275z

Indígenas em manifestação em frente ao STF, em Brasília | Foto: Guilherme Cavalli

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

No domingo (4), o “caveirão rural”, exibido em matéria do Fantástico, mostrou em rede nacional o nível das violências e violações a que os povos indígenas estão submetidos no Brasil.

O “caveirão”, assim apelidado pelos indígenas, é um trator blindado, utilizado por fazendeiros do Mato Grosso do Sul para atacar indígenas Guarani e Kaiowá em retomadas próximas à Reserva de Dourados.

O caso, reflexo direto da política de paralisação das demarcações de terras, foi denunciado no relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2019, publicado no dia 30 de setembro.

Infelizmente, esta é apenas uma das muitas situações graves identificadas pelo relatório, que registrou um aumento impressionante das invasões a terras indígenas no primeiro ano sob o governo de Jair Bolsonaro.

Este texto foi publicado originalmente no boletim O Mundo que nos Rodeia, enviado semanalmente por email. Para receber o boletim, inscreva-se aqui.

Nesta semana, por sinal, os povos Tikuna e Kambeba, no Amazonas, denunciaram a invasão de seu território; no Maranhão, o povo Memortumré Kanela segue lutando para fechar uma estrada que cruza sua terra – construída sem consulta ao povo e licenciada de maneira irregular.

Violações – como essa – ao direito de Consulta Prévia, Livre e Informada de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais foram levadas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos na sexta (9). Apresentadas por 38 organizações, entre elas o Cimi, as denúncias abrangem o Brasil, o Peru, o México e a Colômbia.

Em meio a este cenário de violações e incertezas, os olhares dos povos indígenas e seus aliados se voltam ao STF, que marcou para o dia 28 de outubro o julgamento que pode definir o futuro das terras indígenas no Brasil.

Pode ser a chance de derrotar teses perversas, como a do chamado “marco temporal”, reafirmar os direitos indígenas e garantir um futuro digno para os povos originários no país.

Saiba mais sobre os casos do Rio Abacaxis e do povo Chiquitano:

Amazonas: indígenas Tikuna e Kambeba denunciam ameaças, invasões e tentativa de despejo 4c5l4n

Em meio à pandemia, estrada irregular avança por Terra Indígena no Maranhão 5a1r2l

STF pode decidir demarcações no mês de aniversário da Constituição 252e4a

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